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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Primeiro de Dezembro


Foi em 1640 que um grupo de conjurados, interpretando os sentimentos de toda uma Nação, restaurou a Independência deste torrão ocidental da Ibéria.
Passados 369 anos, que nos resta do gesto abnegado que nos permitiu continuarmos senhores dos nossos destinos?
Com a integração europeia e a consequente abolição das fronteiras, para além dos horizontes que a União Europeia nos abriu e a que já não podemos fugir, assistimos a uma autêntica invasão espanhola do mercado português.
Mais do que o algodão, os números não enganam. Se importamos do país vizinho cerca de 29 milhões de euros por dia e para lá exportamos metade desse valor, não há como mitigar a dependência económica a que estamos subjugados.
Se nos lembramos que, por mero e simbólico exemplo, nos últimos anos, enquanto o governo espanhol aproveitou todos os subsídios europeus para o esforço de desenvolvimento agrícola e das pescas, dinamizando e incentivando esses sectores, Portugal desperdiçava-os, enquanto postava em coma profundo a nossa agricultura e apoucava a actividade piscatória, do que resultou uma inevitável invasão de produtos hortofrutículas e de pescado no nosso espaço comercial.
Tudo isto num país com mais de meio milhão de desempregados, muitos mais inactivos e subsídio-dependentes!...
O mérito vai de TGV para as políticas espanholas, que quiseram e souberam apoiar a conquista do nosso mercado, enquanto o desmérito assenta como traja negra na lapela dos nossos políticos que, nesse e noutros vectores, deixam marca de autêntica e vexante subordinação aos interesses dos nossos vizinhos.
E não são os salameleques ao Rei de Espanha nem os filiais abraços ao Zapatero que me preocupam, como não são a cordialidade e boa vizinhança, bem como a união de esforços conjuntos dos dois Estados junto da União Europeia, na defesa de interesses comuns.
O que me preocupa - e nos deve preocupar todos -, são os sinais e as evidências que se reforçam a cada ano, de tacanha subserviência política e dependência perante o país que nos subjugou dezenas de anos pela força das armas e o vai fazendo, nestes tempos, paulatinamente, por irresponsabilidade nacional, pela força da economia e pela falácia das medidas de quem nos governa.
Diria Bocage, dirá hoje qualquer português com senso de humor que, se em 1640, tempo de reis e de forte gente, os portugueses os tinham no sítio, há muitas dúvidas que, 369 anos depois, quem gere os destinos desta nação restaurada, os tenha em sítio algum!
Penso e digo eu, que, por me não rever nesta nossa Política e nestes políticos, sou "negativista".
Quanto ao mais, que o 1º de Dezembro seja sempre celebrado.